Durante uma visita recente de vereadores a uma escola municipal em Novo Repartimento, alunos não se calaram diante da realidade enfrentada diariamente nas salas de aula. Sem ventilação adequada, com ventiladores quebrados e enfrentando superlotação – em algumas turmas chegando a quase 50 alunos por sala –, os estudantes questionaram diretamente os parlamentares sobre as promessas não cumpridas da gestão municipal.
O principal alvo das cobranças foi o prefeito Valdir Lemes, que havia prometido a instalação de ar-condicionado em todas as salas e melhorias estruturais nas escolas. Até agora, porém, nada foi feito. As salas seguem abafadas, desconfortáveis e sem estrutura mínima para o aprendizado.
Os estudantes também questionaram o destino dos recursos públicos, especialmente os oriundos de emendas parlamentares e da robusta arrecadação municipal. Com o município recebendo milhões em repasses, os alunos querem saber: onde está o dinheiro da educação?
“Eles prometeram ar-condicionado, disseram que iam melhorar tudo, e agora vêm aqui olhar e fingir que não está acontecendo nada?”, disse um aluno do 9º ano.
Professores e funcionários da escola confirmam o drama: calor insuportável, salas cheias e falta de condições adequadas para ensinar. “É desumano com os alunos e com os professores. Estamos abandonados”, lamenta uma servidora da escola, que pediu anonimato por medo de represálias.
A visita que deveria ser institucional se transformou num ato de cobrança popular. Os vereadores ficaram visivelmente constrangidos e não conseguiram dar respostas concretas sobre as melhorias prometidas pela prefeitura. O episódio escancara o descrédito da gestão com a comunidade escolar.
Enquanto isso, os alunos seguem resistindo – literalmente suando nas salas abafadas –, e a pergunta continua ecoando nos corredores:
Cadê o dinheiro da educação?
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