Biquíni na frente, milhões por trás: prefeita repassa R$ 16 milhões em obras e mais R$ 1 milhão em limpeza para única empresa

Enquanto o povo vê biquíni, a verba escorre: Marituba gasta R$ 17 milhões com só duas empresas
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Em meio a uma repercussão nacional causada por um vídeo em que aparece dançando de biquíni, a prefeita de Marituba tenta desviar o foco das críticas alegando “ataques machistas”. No entanto, documentos oficiais revelam que, longe das redes sociais, sua gestão tem movimentado valores milionários com empresas contratadas sem a devida transparência.

De acordo com registros de empenhos publicados pela própria prefeitura, somente entre janeiro e 6 de junho de 2025, a gestora autorizou R$ 1.097.109,38 em despesas com serviços de limpeza terceirizados, todos pagos a uma única empresa: Higienizadora & Construtoras Santos LTDA.

A prestadora de serviços aparece como beneficiária exclusiva em todos os contratos, atendendo simultaneamente as secretarias de Educação, Saúde, Assistência Social e Administração. A maior fatia foi destinada à Educação, com quase R$ 690 mil em apenas cinco meses, incluindo um pico atípico em fevereiro, quando o valor mensal saltou para mais de R$ 310 mil — quase o triplo da média mensal.

A contratação ocorreu por meio de pregões e “caronas” em atas de registro de preços, prática legal, mas que, quando recorrente e concentrada, levanta suspeitas de direcionamento.

Reprodução/Redes Sociais

Obras também concentram recursos em única empresa

Outro dado que chama atenção é que as obras mais vultosas do município neste mesmo período também foram destinadas a uma única empreiteira: a Bauhaus Project Manager LTDA. Ela recebeu R$ 16,2 milhões em empenhos em 2025, sendo:

  • R$ 9,59 milhões para reforma e ampliação do Complexo Poliesportivo de Marituba;
  • R$ 5,44 milhões para reforma da Praça Matriz (Menino Deus);
  • R$ 1,17 milhão também para o Complexo Poliesportivo, em empenho separado.

Os três contratos da Bauhaus foram feitos por concorrência, mas concentraram os recursos da infraestrutura pública de forma praticamente exclusiva, em um modelo que se repete também nos gastos com limpeza.

Performance nas redes e distração no orçamento

Enquanto usa as redes para se promover com vídeos em trajes de banho e posicionamentos calculados, a prefeita deixa sem resposta o porquê da ausência de rotatividade entre fornecedores, da ausência de licitações com maior concorrência e do encarecimento súbito em fevereiro nos serviços de limpeza.

Ao se colocar como vítima de machismo, a gestora tenta blindar sua imagem — mas os documentos oficiais mostram que a verdadeira vítima pode ser o contribuinte maritubense, que paga a conta sem saber ao certo quantos funcionários estão incluídos nos contratos, quantos metros quadrados são limpos ou quais critérios justificam os valores pagos.

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