A recente nomeação de Victor Augusto Braga Pereira, de apenas 29 anos, para o comando da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Parauapebas (SEMMA), tem gerado um clima de desconfiança e revolta entre empresários, comerciantes e líderes locais. A cidade, agora lida com a presença de um secretário visto por muitos como um forasteiro desconectado da realidade municipal.
Indicado pelo deputado federal Joaquim Passarinho (PL), Victor desembarcou no Aeroporto de Carajás, mas, segundo fontes internas, sua chegada é tida como simbólica. Rumores apontam que quem continua ditando o ritmo da secretaria é Márcio Andrade, nome ligado à antiga gestão da pasta. A nomeação estaria vinculada a uma articulação política visando fortalecer a pré-campanha de Passarinho ao Senado em 2026, e não ao fortalecimento da política ambiental local.

Victor nunca alugou imóvel na cidade e tem vivido em um hotel de alto padrão, alimentando críticas sobre os altos custos de sua estadia e sua aparente falta de comprometimento com a cidade. A situação levanta suspeitas sobre os reais interesses por trás de sua presença: estaria de fato dedicado à gestão ambiental ou apenas ocupando um cargo estratégico com vistas a interesses eleitorais e de grupos externos?
A comunidade empresarial tem sido uma das mais afetadas. Segundo comerciantes, a nova gestão aumentou a burocracia para obtenção de licenças ambientais, prejudicando o funcionamento de diversos empreendimentos. A falta de diálogo, a rigidez dos processos e o distanciamento de Victor – frequentemente ausente em Brasília – tornam ainda mais crítica a condução da secretaria.
Outro ponto polêmico foi a contratação de uma profissional de Belo Horizonte para “tocar” a pasta enquanto o secretário está fora. Essa decisão é vista por muitos como uma demonstração de despreparo e desprezo pelas capacidades locais, além de reforçar a percepção de que a SEMMA virou moeda de troca política.
Com um orçamento robusto, a Secretaria de Meio Ambiente tem sido alvo de cobiça por grupos políticos externos. A nomeação de Victor Augusto, sem raízes na cidade e com baixa interlocução com os setores mais sensíveis à questão ambiental, é apontada como um erro estratégico que pode comprometer as políticas de sustentabilidade e proteção ambiental no município.
Parauapebas, que sofre com sérios desafios ambientais e exige uma gestão técnica, transparente e presente, não pode se dar ao luxo de ser usada como trampolim político. A população aguarda explicações e resultados concretos — não promessas vazias de quem ainda parece estar de passagem.