A Prefeitura de Canaã dos Carajás está no centro de uma nova polêmica envolvendo o Programa Moradia Digna, em especial a concessão do Cartão Reforma. Documentos oficiais obtidos pelo Canal PBS revelam que funcionários da própria Secretaria Municipal de Habitação (SEMHAB) foram beneficiados pelo programa, alguns mesmo possuindo rendas superiores a três salários mínimos, o que, de acordo com o artigo 12 do regulamento do programa, configura impedimento direto para participação.
Conforme consta no documento oficial da Prefeitura, é vedada a participação de famílias com renda bruta mensal superior a R$ 4.236,00 (referente a três salários mínimos em 2025) e famílias que estão em vulnerabilidade social tem prioridades. No entanto, cinco servidores da SEMHAB aparecem como beneficiários do Cartão Reforma, segundo cruzamentos com a folha de pagamento e planilhas internas do programa.
Veja abaixo alguns casos selecionados:

- Ana Leide Rocha Ladim — Agente de Serviços Administrativos

- Alana Cristina Souza Pereira — Assessor Especial IV


- Amanda de Sousa Pereira — Agente de Serviços Administrativos

- Bárbara Emili Cruz Durães — Agente de Serviços Gerais


- Tomás Henrique de Oliveira Costa — Técnico em Obras Públicas

Além da suposta incompatibilidade de renda, denúncias apontam que alguns desses servidores receberam vantagens indevidas fora dos padrões estabelecidos para os materiais distribuídos. Enquanto famílias de baixa renda recebem itens básicos, há casos de instalação de telhados embutidos e portas de blindex, o que escapa completamente ao escopo do benefício.


Apadrinhamento e favorecimento político
A equipe do Canal PBS recebeu ainda diversas imagens e relatos de pessoas contempladas com o programa Moradia Digna que mantêm vida financeira estável, com registros de viagens frequentes, padrão de vida elevado e proximidade com figuras políticas locais, incluindo secretários municipais. Segundo as denúncias, a escolha dos beneficiários estaria sendo pautada mais por interesses políticos e amizades com gestores, do que pela real necessidade social. (Fotos e nomes não divulgados por não serem servidores públicos )
Enquanto isso, centenas de famílias em situação de extrema pobreza continuam à espera do benefício, ignoradas por um sistema que deveria priorizar os mais vulneráveis, como determina a legislação municipal.
O caso levanta sérias dúvidas sobre a transparência, legalidade e moralidade da gestão atual da Secretaria de Habitação de Canaã dos Carajás. O Ministério Público deverá ser acionado para apurar os fatos, conforme já defendem lideranças comunitárias e entidades de direitos sociais do município.
Decreto afirma que as famílias que estão em vulnerabilidade social tem prioridades:

Mais atualizações em breve no Canal PBS.