Mesmo diante de um dos maiores escândalos de corrupção já registrados no município, a Prefeitura de Canaã dos Carajás optou por uma postura tímida ao protocolar em sua “nota oficial”, o Poder Executivo limita-se a dizer que “acompanha com total atenção e responsabilidade a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Pará”, sem anunciar qualquer medida concreta para enfrentar o problema.
A nota, genérica e evasiva, não traz nenhuma ação efetiva: até o momento, nenhum servidor, secretário, vereador ou empresário citado na investigação foi afastado de suas funções. A prefeitura se restringe a afirmar que “mantém a transparência” e “permanece à disposição dos poderes para prestar quaisquer esclarecimentos”, sem mencionar sindicância interna, afastamento preventivo ou colaboração ativa para apurar os fatos.
Para uma população que exige respostas, a única garantia dada é de que a gestão municipal “está sabendo” da gravidade dos fatos, mas evita tocar no mérito das acusações ou adotar providências urgentes para preservar o interesse público. O silêncio sobre o afastamento de investigados reforça a sensação de impunidade e desprezo pelos princípios básicos da administração pública, especialmente quando há provas contundentes e detalhamento de nomes e métodos no relatório do Ministério Público.
A postura do Executivo municipal, de limitar-se a um comunicado burocrático, escancara a falta de compromisso com a moralidade, a transparência de fato e o combate real à corrupção. Canaã dos Carajás merece mais do que uma resposta protocolar: a sociedade espera providências concretas e não aceitação passiva diante de crimes que afetam diretamente o futuro da cidade.
Em resumo, a resposta da prefeitura foi clara apenas em um ponto: está acompanhando o caso. No mais, nenhuma atitude prática para garantir que os responsáveis sejam afastados enquanto as investigações avançam – o que, na prática, significa compactuar com a manutenção do status com a fragilidade institucional que o escândalo revelou.
