Durante a sessão ordinária desta terça-feira (15) na Câmara Municipal de Marabá, o vereador Marcelo Alves fez um contundente pronunciamento cobrando da Prefeitura um reajuste urgente no valor do vale-alimentação dos servidores municipais. Ele propôs que o benefício seja elevado para R$ 1.000, considerando o cenário de arrecadação recorde que o município atravessa.
Atualmente, o valor do auxílio-alimentação pago aos servidores gira em torno de R$ 500 — e está congelado há vários anos, mesmo com o avanço inflacionário e o aumento do custo de vida. Para Marcelo Alves, a omissão do governo municipal diante das reivindicações da categoria é injustificável.
“É inadmissível que, com quase R$ 5 milhões entrando por dia nos cofres da Prefeitura, os trabalhadores que mantêm a máquina pública funcionando ainda recebam menos de R$ 500 de auxílio para alimentação. O mínimo é fazer justiça com quem realmente carrega esse município nas costas”, afirmou o vereador da tribuna.
Os números apresentados reforçam a cobrança. Somente no primeiro bimestre de 2025, Marabá arrecadou R$ 293,68 milhões — o maior volume da história do município, o que equivale a quase R$ 5 milhões por dia. A previsão é de que a arrecadação anual ultrapasse R$ 1,5 bilhão e possa chegar a R$ 1,7 bilhão até o fim do ano, impulsionada principalmente por repasses federais, royalties da mineração e receita tributária própria.
O apelo do vereador ganha ainda mais força após Parauapebas, município vizinho, anunciar ontem (14) o reajuste do vale-alimentação de seus servidores para R$ 1.500, mesmo enfrentando queda na arrecadação. O contraste escancara o abismo entre o discurso da valorização dos servidores e a prática adotada pela gestão do prefeito Toni Cunha, que ainda não sinalizou qualquer iniciativa concreta para atender à demanda.
O sentimento entre os servidores de Marabá é de frustração e abandono, em meio a um cenário econômico que permitiria avanços reais em valorização funcional. A expectativa agora é se a pressão do legislativo e o exemplo de outras prefeituras vizinhas serão suficientes para tirar a gestão municipal da inércia e garantir uma política mais justa de benefícios para seus trabalhadores.