A terça-feira (8) começou com uma grande mobilização dos profissionais da educação municipal de Ananindeua, que realizam uma paralisação de 24 horas em protesto contra a proposta de reajuste salarial apresentada pela Prefeitura. A categoria, composta por professores e demais trabalhadores da rede de ensino, rejeitou por unanimidade a oferta do prefeito Daniel Santos durante Assembleia Geral realizada no domingo (6).
A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (SINTEPP), acontece em frente à sede da Prefeitura e conta com a adesão de cerca de 70% da categoria, impactando diretamente mais de 95 unidades escolares do município e cerca de 46 mil alunos.
Segundo Jair Pena, integrante da direção do Sintepp, a paralisação é um alerta para o governo municipal. “Isso é apenas uma paralisação de 24 horas, porque a nossa categoria tem um objetivo claro. Ou o prefeito muda essa realidade com o novo Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração, ou nós iremos nos preparar para uma greve em Ananindeua”, afirmou.
Reivindicações
Entre os principais pontos reivindicados pela categoria está o reajuste do piso salarial nacional do magistério, que, segundo o sindicato, deveria ter sido aplicado em 1º de janeiro deste ano. A proposta do Sintepp inclui não apenas a equiparação ao piso, mas também um reajuste de 40%. O sindicato argumenta que, embora a Secretaria de Educação vá receber R$ 376 milhões do Fundeb em 2024, o município continua sem pagar gratificação por nível superior e oferece reajustes abaixo do praticado em outras cidades da região metropolitana, mesmo com orçamentos menores.
Outro ponto central da pauta é a criação de um Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR) unificado, que inclua todos os profissionais da escola — como merendeiras, vigias e secretários escolares — que hoje estão fora do plano do magistério e acabam com salários defasados. “Eles estão dentro do orçamento do Fundeb, mas não podem ter reajustes superiores por estarem em cargos genéricos da prefeitura. Queremos que eles tenham um plano de carreira próprio”, explicou Pena.
A categoria também reivindica um aumento no vale-alimentação, atualmente fixado em R$ 700,00, propondo que o valor seja reajustado para R$ 1.200,00.
A continuidade da mobilização depende agora da resposta da prefeitura. Caso as reivindicações não sejam atendidas, o Sintepp já sinaliza a possibilidade de aprovar um indicativo de greve em nova Assembleia Geral.