Parauapebas tem investido na educação, mas ainda há um caminho a percorrer. A cidade conta com escolas públicas e particulares, e o índice de matrículas no ensino fundamental é alto — cerca de 92% das crianças de 6 a 14 anos estão na escola, segundo dados recentes. Porém, a qualidade ainda é um desafio: o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da rede municipal em 2021 ficou em 4,8 para os anos iniciais, abaixo da média nacional (5,8).
Para os jovens, há opções como o campus da UFPA (Universidade Federal do Pará) em Parauapebas, com cursos como Engenharia de Minas e Geologia, bem a cara da região. O IFPA (Instituto Federal do Pará) também marca presença, oferecendo formação técnica. Isso atrai estudantes de cidades vizinhas e dá um gás na formação de mão de obra local.
Saúde: Avanços e Gaps
Na saúde, Parauapebas tem uma rede básica com UBS (Unidades Básicas de Saúde) e o Hospital Geral, mas a demanda é alta por causa do crescimento populacional. A taxa de mortalidade infantil caiu nos últimos anos (está em torno de 14 por mil nascidos vivos), mas ainda reflete desigualdades. A cidade sofre com doenças tropicais típicas da Amazônia, como malária e dengue, o que exige campanhas constantes de prevenção. Recentemente, a prefeitura tem colocado dinheiro em obras como UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) para aliviar a pressão no sistema.
Economia Além do Minério
Já falamos que a mineração é o carro-chefe, mas Parauapebas tá tentando diversificar. O agronegócio, por exemplo, começa a ganhar espaço com pecuária e agricultura familiar — coisas como cultivo de mandioca e criação de gado. O comércio também é forte: o shopping Partage, aberto em 2015, virou um ponto de referência e atrai gente de cidades próximas. Pequenos empreendedores, especialmente no setor de serviços (restaurantes, oficinas, salões), aproveitam o dinheiro que circula por lá.
Um detalhe interessante: Parauapebas tem uma das maiores arrecadações de royalties do Brasil via CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral). Em 2022, foram mais de R$ 1 bilhão, o que dá fôlego para investimentos públicos — quando bem usados.
Meio Ambiente: O Contraste da Serra
A Serra dos Carajás é o coração de Parauapebas, mas também seu paradoxo. De um lado, a Floresta Nacional de Carajás (FLONA) guarda uma biodiversidade impressionante: onças, araras, tamanduás e rios cristalinos. De outro, as minas a céu aberto da Vale mudam a paisagem com crateras gigantescas. A exploração é controlada, com áreas de preservação, mas o impacto ambiental é um tema quente. ONGs e moradores cobram equilíbrio, enquanto a Vale investe em projetos de reflorestamento e monitoramento.
Quer um exemplo? O Parque Zoobotânico Vale, aberto ao público, é uma tentativa de mostrar que dá pra conciliar mineração e natureza. Lá, você vê animais resgatados e aprende sobre a flora local.
Vida Noturna e Lazer
Parauapebas não é só trabalho! A noite tem bares, lanchonetes e baladas que agitam os finais de semana. O point mais famoso é a área do Cidade Jardim, bairro planejado pela Vale, onde rolam shows e eventos. Para quem curte algo mais tranquilo, tem praças como a da Bíblia e do Cidadão, além de feiras de artesanato. No veraneio (julho), os igarapés e cachoeiras, como a Cachoeira do Itacaiúnas, viram o refúgio dos moradores pra escapar do calor.
Transporte e Mobilidade
A cidade é espalhada, com bairros como Rio Verde, Cidade Nova e Altamira crescendo rápido. O transporte público é baseado em ônibus, mas muita gente reclama da frequência e da cobertura. Moto é rei por aqui — o trânsito tá cheio delas, já que é prático e barato. Para quem tem carro, a PA-275 é a artéria principal, mas as estradas vicinais (de terra) ainda são um desafio, especialmente na chuva.
Curiosidades Extras
- População diversa: Tem gente do Maranhão, Goiás, Minas Gerais… Parauapebas é um caldeirão cultural por causa da migração trazida pela Vale.
- Apelido: Alguns chamam de “Pébas” carinhosamente, e outros de “Capital do Minério” pelo peso econômico.
- Fenômeno social: A cidade tem uma das maiores frotas de carros de luxo per capita no Pará, reflexo da renda alta de parte da população ligada à mineração.
O que o Futuro Guarda?
Parauapebas quer deixar de ser só a “cidade da Vale”. Há planos para atrair indústrias, investir em turismo ecológico e melhorar infraestrutura — como asfaltar mais ruas e universalizar o saneamento. Mas o desafio é grande: depender menos do minério sem perder o ritmo de crescimento. Em 2025, com o Brasil de olho em sustentabilidade, ela pode ser um teste de como aliar riqueza mineral e responsabilidade ambiental.